A batalha pelas 20!

Agachar não é grande coisa, certo? Eu quero dizer, você cai em um buraco e sobe novamente com uma barra acomodada confortavelmente em seus ombros -- manda ver algumas repetições e está feito, ou se você estiver à procura de cortes e definição, você contrai seus quadríceps entre as repetições, tal como Ahhhnold sugere, certo? Não!! Nenhum LEVANTADOR que se dá o respeito demonstraria tal desrespeito por seus brothers! John McCallum foi o primeiro autor que eu li que disse o seguinte abruptamente: "Carregue a barra com sua carga normal para 10 repetições. E então faça 20 repetições. Não é brincadeira não". Isto foi dito novamente no livro "Super Squats" do Dr. Strossen, e isso faz compensar apanhar anilhas e montar isso em um rack de agachamento.

O agachamento de 20 repetições é o exercício definitivo sob qualquer aspecto -- cada um que descreve um exercício, vira a chave a favor do número 10 (ou eu deveria dizer 20!?). Isso começa em sua cabeça, e terminam em sua cabeça.

Eu agacho pela noite. Eu não consigo agachar pela manhã ou eu acabo ficando muito ansioso na noite anterior e não consigo dormir. Talvez seja um hábito, eu não sei; pelo dia todo eu me antecipo sobre o que eu estarei tentando aquela noite. Eu visualizo mentalmente a posição da barra, eu sei quais anilhas serão utilizadas, de que lado da barra e em qual ordem.

Eu conheço o cheiro do meu porão, o eco que faz ali dentro, tudo. E eu visualizo aquele evento do agachamento o dia todo. Até que eu chegue em casa que eu esteja "no espírito" do agachamento. Pense nisto com praticamente a mesma atitude mental necessária para disparar o gatilho de uma metralhadora. Minha esposa diz sorrindo, "eu me casei um maníaco", e eu não digo uma palavra. A próxima hora é o que mantém o marido dela são, e ela sabe disso. Meu porão é onde a intimidação psicológica séria acontece e eu vou direto aos negócios. Tão logo eu esteja aquecido, eu encaro a minha barra. Ela me encara de volta (não está acreditando?) e nós partimos para o trabalho.

Esta relação entre minha barra e eu, é de respeito mútuo. A barra sempre tem o meu respeito, mas eu constantemente tenho isso de volta. Aquela barra é um maldito de um juiz bastardo e não aceita nada menos que um verdadeiro teste antes de me conceder aprovação. E eu tenho que me justificar para um rústico pedaço de ferro.

Entro em minha gaiola, acomodo a barra na posição, levanto ela e testo sua flexibilidade. O dia em que barra ficar mole também será o dia em que será aposentada. Um passo atrás, confiro a posição dos meus pés, e imediatamente sintonizo minha concentração. Eu sempre conheço a primeira repetição. Parece mais com um passeio em um brinquedo de parque de diversões que há pouco começou a mover-se. Desço no buraco e subo para cima, 5 repetições, nenhum descanso, muita respiração.

Eu realmente estou sentindo isto ao final da 5º repetição. Eu mencionei antes que a intimidação psicológica começa agora, e eu inicio um jogo mental que me permite intimidar-me psicologicamente para uma repetição e montar o cenário para a próxima. SEIS! Vamos... Consiga Seis! SEIS.. CONCENTRAÇÃO! Abaixo, para cima, abaixo, para cima. Em minha mente, seis e sete são história. Caras que agacham em troca de kilos poderiam guardar a barra agora, isso é pesado o bastante. OITO MALDITAS!! FAÇA AGORA! Bang, Bang. Risque fora a 9 repetição. Minhas costas estão inchadas e a queimação está começando.

"Deus, ajude-me a conseguir estas repetições! Mantenha longe de mim esta queimação!" Mais repetições... e eu percebo que a subida para fora do buraco está de dar medo. Lá pela repetição de número 12 eu posso ver a dúvida em minha mente, mas eu não posso desviar sequer um segundo de atenção, ou então já era. TRRRREEEEEEEZZZZEEEE!!! Ahhh sim... isso dói. Quatorze e quinze vêm depois de eu persuadir a mim mesmo a não morrer. Dezesseis e dezessete são simplesmente uma labuta. Eu não posso explicar completamente o quanto horríveis são estas repetições. Não há nenhum fim em vista para elas, e assim você não tem nada com que se antecipar.

Eles machucam porque seu corpo está sendo triturado como uma panqueca. Suas costas e pernas estão gritando com você para deixa-los sair deste inferno, e eles levam muito tempo para completar a missão. Seu abdominais estão tão contraídos, que se a barra caísse de seus ombros você vomitaria -- a única coisa que mantém o conteúdo do seu estômago intacto é o peso contra o qual você está lutando. E neste momento eu sei que se eu largar a barra no suporte, eu fui derrotado. Eu também sei que cada repetição que eu conseguir daqui pra frente será a minha recompensa. E eu gosto de recompensas, e eu me esforço por isso."YAAAAAAHHHHHHHHH!"! A respiração agora é forçada e a repetição de número 18 está terminada. A de número dezenove sempre é duvidosa e eu nunca estou seguro se eu farei isto após ter certeza de que foi completada a de número 18.

A subida para fora do buraco é pura agonia e me torna mais miserável ainda pelo fato de que eu AINDA NÃO TERMINEI! Mantenha sua TÉCNICA!!! MAIS UMA!! MAIS UMA!!! SIM!!! E então eu desço. A subida para fora da número 20 é abastecida por uma oração: "RECOLOQUE A BARRA NO RACK!!"! e eu sempre consigo 20 se eu conseguir 19. E eu coloco a barra no suporte. Neste momento eu tenho uma certa dificuldade em me ajustar à sensação de ombros vazios, e meu corpo inteiro desaba. Com sorte eu aterrizo no banco que está a uma milha longe de mim (1/2 passo) e faço alguns pulôveres para ajudar minha respiração voltar ao normal.

Normalmente não consigo enxergar direito durante um minuto ou dois, e eu posso sentir meu coração batendo literalmente em meu pescoço, conforme eu me deito no banco ou no chão. Minhas coxas fibrilam devido o choque e minhas costas estão gritando em agonia. A dor é severa e imediata. Conforme isso diminui, eu me deito sobre o chão, opaco e vazio. Minhas dívidas foram liquidadas e eu consigo ser um levantador por mais outra semana. Apenas para ter certeza de que eu sou recebi aprovação, eu aceno com a cabeça para minha barra.

E ela acena de volta.
E eu estou redimido.

Por Sean Toohey

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