Muitos irão me responder: está aí: nas academias, em todos os lugares. Uns com mais, outros com menos.
Então eu digo: não é o que eu vejo. Antes de tudo que fique bem claro: não sou contra o uso dos esteróides anabólicos, ou “química” ou os “produtos” ou sei lá mais de qual forma é chamado à famosa “bomba”.
Quando falamos em competição sabemos que fica difícil competir em nível nacional e internacional apenas com dieta, treino, descanso e suplementos. Não sejamos hipócritas. Desde os primórdios ela é usada. Arnold Schwarzenegger usou e tantos outros da época dele usaram. Mas então, porque ninguém fala sobre este assunto abertamente?
Quando vou à palestras de treinadores e nutricionistas renomados, ouço sempre: façam uma dieta equilibrada, treinem sério e descansem. Bem se é isso porque então tantas pessoas que NÃO COMPETEM fazem o uso dos esteróides? Resposta simples: Porque ninguém mais tem dedicação para seguir uma dieta séria, não tem paciência para dar tempo para que seu corpo absorva os nutrientes e mais tempo para recuperá-lo.
A maioria dos que “treinam” nem sabem o que é uma dieta. Fazem, três refeições ao dia e se entopem com “drogas”, ganham 3kg, 6kg, 10kg em tão pouco tempo que já se “comparam” a grandes fisiculturistas, coitados. Normalmente a descrição destes indivíduos é um bíceps arredondado sem forma e separação, uma barriga arredonda ombros e peitos encobertos por um monte de gordura e duas pernas (que mais parecem dois cabos de vassouras) mais abaixo segurando uma estrutura que a qualquer hora pode “desabar”.
Fora quando adentramos em um ginásio e nos deparamos com aqueles grupinhos de amigos que mais parecem o “chat” do portal Terra. Sim porque ali é conversado de tudo, sobre o fulano, ciclano, o final de semana, o horário que começa o “wiskenta”, exatamente tudo, menos os treinos. Mesmo que estivessem papeando sobre treinos não é esta à hora correta, é hora de concentrar-se e buscar aquela repetição a mais, seu parceiro de treino intimar focalizar a vitória afinal estamos no meio de um treino e não no meio do chá das cinco. E quem realmente ali está para treinar acaba sendo atrapalhado muitas vezes por máquinas ocupadas por seres que estão na academia para fazer o social com a meninada ou sair dali e ir direto pra balada com sua baby look e mostrar seu bracinho que inflou um pouco por via das altas cargas que foram postas no SCOTT no qual movimento correto e intensidade não existiram. O que mais importa para estes seres é altas cargas e quando estão treinado bíceps fazem um esquema de 3 em 1 que parecem estar treinando bíceps, lombar e o bíceps do seu “parceiro de treino”.
A musculação, e o bodybuilding são muito mais que isto. É determinação para seguir a dieta a risca. Vontade para levantar às 6 horas da manhã para fazer o aeróbio em jejum em um frio de 5 graus. É estar buscando sempre o máximo da fadiga no treinamento (coisa que não pode ser ensinada por alguém, deve ser sentida para então aprender), é planejamento para formular o treinamento e observar os pontos fracos. É abrir mão das baladas até altas horas. Não é uma dieta pasteurizada, copiada do programa de televisão, ou então das “super dicas” da Solange Frazão. É estudar mais a fundo, a fisiologia, anatomia, nutrição. Musculação não é ciclo de verão, carnaval. É algo que está no sangue. Já o bodybuilding é um algo a mais, é a famosa genética junto de tudo isto descrito aí em cima.
Que fique a mensagem para quem está começando na musculação: Treinem com dedicação, elaborem bem a sua dieta, pesquisem, estudem. Se for o caso, contratem um profissional da área, conheçam o seu corpo na forma pura e acima de tudo tenham PACIÊNCIA e DETERMINAÇÃO para alcançar os seus desejos. Caso você não atinja os seus 48 cm de bíceps ou os 70 cm de quadríceps não fique triste, muito pelo contrário orgulhe-se daquilo que você conseguiu porque isto ninguém poderá lhe tirar é tudo seu e não de algumas ampolas.
Por Jaderson Rafael
Treinador
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