As técnicas de respiração possibilitam o melhor aproveitamento dos diferentes exercícios de musculação por ocasionarem uma maior estabilização da coluna vertebral.
Esta estabilização é decorrente da elevação da pressão intra-abdominal, permitindo assim um melhor rendimento e segurança durante a execução dos exercícios.
A pressão intra-abdominal é elevada por intermédio da contração da musculatura abdominal, do diafragma e dos músculos intercostais, sendo que o bloqueio respiratório também influi de forma positiva ao aumento da pressão intra-abdominal.
Durante o esforço muscular é estimado que a pressão intra-abdominal reduza a sobrecarga sobre os discos vertebrais em aproximadamente 20%, podendo em alguns casos chegar a 40% de redução da sobrecarga suportada por estas estruturas (Zatsiorsky, 1995).
Devido a isto, a utilização de técnicas que utilizam o bloqueio respiratório, parcial ou total, são indicadas ao levantamento de sobrecargas máximas e sub-máximas.
Estas técnicas respiratórias estão presentes nos quatro tipos básicos de respiração: ativa, passiva, semi-bloqueada e bloqueada.
Na utilização da respiração ativa o processo de inspiração ocorrerá simultaneamente ao processo de contração muscular em sua fase concêntrica (elevação da sobrecarga), e a expiração será executada durante a fase excêntrica do movimento (volta da sobrecarga a posição inicial).
Dentro os métodos de respiração a respiração ativa é a menos utilizada, pois sua dinâmica não permite a contração eficiente da musculatura abdominal durante a fase concêntrica devido ao processo de inspiração, diminuindo assim a segurança e eficiência da execução.
Já durante a respiração passiva o processo de inspiração ocorrerá ao mesmo tempo que a musculatura realiza a contração excêntrica, e a expiração será executada durante a fase concêntrica do movimento.
Esta dinâmica permite que durante a fase concêntrica os músculos abdominais, que são os mais importantes dentre os músculos expiratórios, sejam contraídos, aumentando a pressão intra-abdominal, o que aumenta a eficiência e segurança à execução do exercício.
Este técnica é a mais indicada à maioria dos praticantes de musculação por aumentar a eficiência do movimento ao mesmo tempo que não acarreta grandes elevações na pressão arterial.
Quando o treinamento realizado visa a desenvolver a força máxima e suas derivadas, as técnicas de respiração utilizadas são a semi-bloqueada e a bloqueada.
Na respiração semi-bloqueada, a inspiração e realizada antes do ínicio do movimento e durante a fase concêntrica deste ocorre um bloqueio do processo respiratório, realizando-se durante a fase excêntrica o processo expiratório.
Esta técnica, permite um aumento considerável da pressão intra-abdominal, o que é de extrema importância à estabilização da coluna vertebral e conseqüentemente fator preventivo à ocorrência de lesões.
Caso durante a fase excêntrica o bloqueio da respiração seja mantido, teremos caracterizado a utilização da respiração bloqueada, onde a expiração ocorre após a completa execução do movimento.
Neste caso, tanto a expiração como a inspiração são executadas nos intervalos entre uma repetição e outra, e durante a execução a pressão intra-abdominal atingirá valores mais elevados do que durante a respiração semi-bloqueada.
Porém ambas as técnicas apresentam um alto índice de elevação da pressão arterial, sendo devido a isso aconselhadas apenas a atletas ou praticantes que já possuem um bom condicionamento físico.
Basicamente podemos resumir estas técnicas da seguinte forma em relação ao número de repetições utilizado em um determinado exercício:
a) 1 a 3 repetições - Respiração Bloqueada
b) 6 a 10 repetições - Respiração Semi-Bloqueada
c) Mais de 10 repetições - Respiração Passiva ou Ativa
Seguindo estas recomendações obteremos uma melhor estabilização de nossa coluna vertebral e isto é de vital importância para a segurança e eficiência dos diferentes exercícios em musculação.
Por Prof Benito Olmos
Bibliografia:
Hernandes Jr, Benito Daniel Olmos. Treinamento Desportivo. Rio de Janeiro, Editora Sprint, 2000.
Zatsiorsky, V.M. Science and Practice of Strenght Training. Human Kinetics, Illinois, 1995.
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