Vários questionamentos são criados dentro de academias, é aquela historia, um diz isto e outro aquilo, onde ninguém sabe quem esta certo. Um dos movimentos mais utilizados no treinamento em academias é o agachamento, sendo ele um dos mais completos que podem ser realizados, pois envolve um elevado número de articulações e músculos, consistindo em um excelente meio de fortalecer os músculos da coxa, do quadril e outros inúmeros coadjuvantes que atuam na realização do movimento. Todos estes e outros fatores levam treinadores e atletas do mundo todo a se referirem a ele como o "rei dos exercícios". Além disso, é um exercício extremamente funcional, pois usamos esse tipo de movimento constantemente em nossas atividades diárias como, por exemplo, sentar e levantar de uma cadeira ou pegar um objeto no chão. Mesmo assim ainda há indivíduos “doutores” que o proíba ou restrinja seu uso sem uma explicação plausível ou respaldo científico, principalmente limitando sua amplitude em 90° de flexão dos joelhos.
Estudos feitos por Escamilla, 2001 analisando as forças compressivas tibiofemural, tensão de compressão no joelho, instabilidade ântero-posterior e látero-lateral no exercício do agachamento em toda sua amplitude de movimento, nos mostraram que o agachamento profundo mesmo em diferentes velocidades não teria chance de promover dano algum às estruturas mencionadas anteriormente quando prescritos com técnica adequada. É importante ressaltar que levantadores de peso, como olímpicos, realizam agachamentos com amplitude completa e sobrecargas elevadíssimas e possuem os joelhos mais estáveis que a grande maioria dos indivíduos (CHANDLER et all, 1989).
Portanto, quando alguém questionar sobre a segurança desse movimento em amplitude total, devemos lembrar também que nossas estruturas musculares e articulares adaptam-se de forma extremamente específica aos movimentos, por exemplo, uma pessoa que usa movimentos muito curtos pode se lesionar em um movimento cotidiano pelo simples fato de não treinar um determinado ângulo de movimento necessário nesta atividade do dia a dia. Neste sentido a limitação da amplitude do agachamento, além de reduzir a eficiência do exercício, pode reduzir a funcionalidade de uma pessoa em seus movimentos cotidianos como, por exemplo, saltar para pegar algo em cima do armário. Sempre utilizando amplitudes de movimentos completas recrutaremos mais unidades motoras no movimento, aumentaremos o dispêndio energético, melhoraremos a nossa flexibilidade, aumentaremos nossa densidade mineral óssea, enfim, iremos aumentar nossa funcionalidade de forma mais eficiente.
Com todos os estudos e entendimentos vistos até agora podemos concluir que: as forças tensionais e compressivas desse tipo de exercício estão totalmente dentro de nossas capacidades fisiológicas e articulares, tendo cuidado sempre na execução correta do movimento; Em alguns casos as lesões geralmente são causadas pela combinação de duas variáveis: excesso de peso utilizado levando a uma técnica inapropriada (principalmente deixando o peso despencar durante a fase de descida, pois desta forma as tensões que deveriam estar sobre a musculatura, irão se incidir nas estruturas articulares do joelho) e o Overtraining (excesso de treinamento). com pessoas que apresentem algum problema como condropatias, por exemplo, estudos realizados mostram que o agachamento profundo também pode ser realizado sem problemas. Através de treinos progressivos e inteligentes passados por profissionais capacitados, os agachamentos profundos certamente serão seguros e benéficos tanto para pessoas saudáveis, quanto para pessoas com limitações, não devemos seguir este ou aquele “doutor” que limita um movimento necessário dizendo que se lesionará se fizer alem de determinado grau de amplitude, a não ser que nunca precisemos pegar um objeto caído no chão ou se agachar com o joelho passando de 90º, com esse pensamento sendo ridículo é claro.
Autor: Melquisedek Diniz
Co autoria: Alexandry Mangueira www.alexandrymangueira.com.br
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