O lado negro do açúcar

O período absortivo que se segue a ingestão de alimentos, caracteriza-se, naturalmente pela ocorrência de processos biossintéticos que incluem a recomposição das reservas energéticas. Quando alguém come um doce, por exemplo, seus nutrientes são absorvidos pelo intestino e conduzidos diretamente para o fígado. Cerca de dois terços da glicose que chega ao fígado é por ele absorvida. O excedente da glicose é mantido em circulação, provocando um aumento da glicemia exponencialmente, a que o pâncreas responde aumentando a liberação de insulina e diminuindo o glucagon.

A deficiência na secreção ou absorção da insulina é chamada de diabetes melito. Existem dois tipos para sua incidência.

A diabetes melito tipo I, onde a deficiência na produção de insulina impede o aproveitamento da glicose pelos tecidos insulinodependentes, levando a uma hiperglicemia. Assim impõe ao organismo uma relação insulina/glucagon permanentemente baixa, resultando em uma carência nutricional, apesar dos níveis altos de glicose. Desta forma prevalece o metabolismo degradativo: gliconeogênese acentuada, levando a intensa proteólise; lipólise acentuada, com alta produção de corpos cetônicos e balanço nitrogenado negativo. Além disso, os níveis glicêmicos altos mantêm as células em hiperosmolaridade e acarretam uma sobrecarga renal.

A diabetes melito tipo II, onde a quantidade de receptores celulares da insulina está submetida a um processo de regulação que depende da concentração do hormônio. Os receptores ligam-se ao hormônio , provocando a manifestação celular, e são internalizados por endocitose absortiva. Nos lisossomos, a insulina é separada do receptor e degradada. Então a junção do hormônio ao receptor determina uma diminuição transitória no número de receptores presentes na membrana celular. Cessado o estímulo hormonal, o número de receptores é restabelecido através de síntese protéica. Quando o nível hormonal é mantido alto, a recomposição dos receptores não se completa, e alongo prazo, verifica-se uma diminuição no seu número resultando na diminuição da resposta celular a níveis de insulina.  

 Por Oliveira,G. T.

Referências:
-http://www.bancodesaude.com.br/dieta/carboidratos
-http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/cons
-http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2010000300005&lang=pt&tlng=pt
-http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2009001000014&lang=pt&tlng=pt

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