Você já ouviu a expressão: “para melhorar PORCARIA, qualquer PORCARIA serve...??” Ela surgiu do fato que quanto mais TREINADA for uma pessoa, menos TREINÁVEL ela se torna. Muito fácil e comum os iniciantes da musculação conseguirem resultados rápidos nos primeiros meses de treinamento, mas os atletas campeões da modalidade (depois de muitos anos de treino) sofrem bastante para aprimorar seu físico e alcançar os novos objetivos almejados, tendo sempre que buscar nos detalhes dos seus procedimentos (treinamento, alimentação, suplementação e descanso) algo a melhorar ou a corrigir para a próxima competição. Lembrando que “Esporte é saúde, mas COMPETIÇÃO é outra história...” Devemos alertar o leitor que nem todos os procedimentos adotados por atletas de alta performance são exatamente “saudáveis”, haja vista que os próprios ‘radicalizam’ apenas em algumas semanas do ano exatamente para não prejudicar sua saúde em um médio/longo prazo. MAS essa busca incessante da perfeição levou os profissionais das áreas de Nutrição e Ed. Física a estudar e avaliar melhor tais procedimentos, assim muitos mitos caem por terra (assim como a utilização ineficaz de água destilada na semana do campeonato, por exemplo...) e também muito se descobre, fundamentando teoricamente o que a prática tem ensinado há várias décadas aos fisiculturistas.
A revista americana FLEX trouxe na sua edição Janeiro de 2010 uma matéria que é um alerta àqueles que buscam o abdômen super definido, mostrando alguns alimentos que, apesar de aparentemente inofensivos, podem atrapalhar sua dieta (quando consumidos com regularidade) e dificultar a eliminação daquela “última gordurinha”, normalmente localizada na região infra abdominal (“inferior”) e também em volta do umbigo.
Os “vilões escondidos“ do momento são:
Chicletes SUGAR FREE: Segundo os autores, o rótulo dizendo ‘sem açúcar’ não significa um “sinal verde” para o consumo desse produto. Um pequeno chiclete ou dois não vão prejudicar, mas o que acontece normalmente é que uma pessoa fazendo dieta restritiva (consequentemente “morta” de fome, às vezes) acaba consumindo várias embalagens de 6 ou 7 unidades por dia, muitas vezes o pacote todo de uma vez, como se fosse uma “sobremesa”... Chicletes sem açúcar contém adoçantes artificiais que podem atuar EXATAMENTE como açúcares simples quando consumidos em excesso. Normalmente adoçantes sintéticos como o álcool SORBITOL podem atrapalhar a digestão (gerando dilatação abdominal pela formação de gases) e a redução da gordura (claro, quando você está tentando abaixar o percentual de 14% para 9% de gordura corporal; já em um obeso a diferença não será notada...). Os especialistas ressaltam que produtos adoçados com sorbitol, maltitol ou xilitol (chamados de açúcares falsos), quando consumidos em uma certa quantidade, provocam diarréia e “queimação gástrica”, em contra partida tais efeitos adversos não costumam ocorrer com o uso do adoçante de Stevia. Entretanto, pesquisas revelam que o consumo controlado dos chicletes diet pode ajudar a controlar a ingestão exagerada de comida e a halitose decorrente do consumo de peixe, frango, ou até mesmo das dietas cetogênicas (especialmente o sabor menta).
Frutose: A maioria dos atletas experientes presta mais atenção ao ÍNDICE GLICÊMICO das suas fontes de carboidrato do que nas calorias fornecidas por eles. (lembre-se: alto índice glicêmico significa alta produção de insulina! Quanto maior a presença da insulina no corpo, menor será a utilização da gordura como fonte de energia). O açúcar das frutas pode ser natural, mas não é por isso que está “liberado” para todos e em todas as quantidades, já que seu consumo exagerado pode atrapalhar a perda de gordura, especialmente se forem consumidas na forma de extrato ou suco. Detalhe: a presença das fibras nas frutas consumidas com casca pode retardar o processo de assimilação dos nutrientes e agir como um regulador. Outro fato é que a frutose precisa ser convertida em glicose no fígado antes de ser utilizada pelo corpo como energia, no entanto se esse fígado já estiver repleto de glicogênio, ele não converterá frutose em glicose, e sim em GORDURA... Segundo os pesquisadores, os melhores horários para o consumo das frutas é imediatamente após o treino (aquelas de índice glicêmico médio ou alto como papaya, abacaxi ou melancia) e também junto às refeições (no caso das frutas pequenas com casca e índice glicêmico baixo, como maçãs ou pêssegos). No entanto, se o seu objetivo é reduzir a gordura ao máximo possível, aquelas frutas (e sucos...) de índice glicêmico elevado devem ser abolidas da dieta. Vale lembrar também que a frutose é o “açúcar” que mais estimula a liberação de insulina – hormônio que quando liberado, pára todo processo de lipólise (“queima” de gordura) bem como diminui o ritmo de síntese muscular por sua função ser exatamente a de reservar energia a qualquer custo. Isto nos leva a uma reflexão: que tipo de reserva seu corpo fará diante de uma pouca quantidade de energia disponível para tal, mas com uma alta demanda? Qualquer uma, menos massa muscular... não se esqueça que massa muscular também é fonte de energia e enquanto os nutricionistas se desdobram para desenvolver (segundo o biótipo do atleta) uma dieta para que ele possa transformar o excesso (calculado) de calorias em síntese muscular, o mesmo, ao se alimentar de frutas sem nenhum critério de utilização está simplesmente fazendo o inverso com maestria: perdendo massa muscular para poupar energia e acumulando gordura, já que esta é extremamente econômica para ser estocada como fonte de energia em ambientes de estresse, ou seja, qualquer situação em que seu corpo careça de nutrientes além dos limites dos estoques de mobilização imediata.
Molhos prontos: Prefira sempre a utilização de azeite, vinagre, pimenta e outros temperos na sua forma natural. Catchup, shoyu ou barbecue mesmo na versão light contém muitas calorias (e muita gordura, no caso da maionese light...), assim, se você tem o hábito de consumir condimentos em todas as suas refeições sólidas, use as fontes naturais com moderação e não as industrializadas. Mais uma vez o alerta é para o açúcar escondido nesses temperos light, normalmente provenientes do milho, que podem provocar picos na produção de insulina. Outra observação importante é que a alta quantidade de sódio é comum a todos eles. Lembrando que o sódio é um mineral que gera a retenção de água subcutânea e que consequentemente atrapalha a aparência de ‘pele fina’. Vale à pena lembrar também que os flavorizantes presentes nos molhos prontos confundem os centros do paladar no cérebro, mandando informações de vários sabores ao mesmo tempo, não deixando que o seu cérebro “se canse de comer”. É só fazer o teste, coma um hambúrguer sem os molhos e coma com os molhos. Sem os molhos, você vai se sentir cheio antes de terminar o primeiro... e com eles, só lá pelo quinto lanche que você vai pensar em parar de comer...
Refrigerantes DIET: As palavras “diet” e “light” são frequentemente utilizadas por praticantes de atividade física. O Mercado oferece uma gama imensa de opções de bebidas de baixa caloria, mas ainda nada substitui a água como agente hidratante. Cada vez mais os estudiosos da performance esportiva recomendam grandes quantidades por dia (lembre-se: água pura não fornece calorias e ainda por cima pesquisa recente mostrou que combate a elevação do cortisol, entre outros benefícios para a saúde!!), mas com os refrigerantes a história é diferente. Algumas pesquisas apontam que o paladar muito doce poderia também aumentar a produção de insulina, criando assim uma barreira para a oxidação da gordura mesmo com alimentos de baixa caloria. A fórmula “diet” dos refrigerantes contém adoçantes não nutritivos como o aspartame, que está sendo apontado como causador de perda de massa óssea e de algumas doenças auto-imunes e apesar de tais doenças ainda estarem em caráter sugestivo e não comprovado, o que se sabe sobre o consumo destes adoçantes é que eles modificam o paladar de tal forma que ? indivíduos uma vez submetidos ao seu uso, sua descontinuação e retorno a dieta com carboidratos normais ? os processos de saciedade ligados ao paladar ficam tão comprometidos que os indivíduos aumentam o volume de alimento consumido devido a este desbalanço. Além disso, os refrigerantes diet normalmente contém também grandes quantidades de sódio, cujo consumo em excesso pode inclusive causar certas doenças... Os rumores de que “o gás da bebida aumenta a celulite” continuam sendo somente especulações. Entretanto, sabemos que quando consumidos junto com a refeição, por haver a eructação (liberação do gás pela boca), há um processo de esvaziamento brusco do estômago que estava em distensão volumétrica, inibindo o reflexo de saciedade (por abolir o estímulo neurológico da distensão gástrica). Já reparou que os lanches fast-foods só podiam ser acompanhados de refrigerantes? Hoje em dia há também a sua disposição sucos de frutas ? artificiais e saturados de açúcar... não melhorou muito, não é? Grandes atletas costumam consumir grandes quantidades de água (aproximadamente 2,5 litros para cada 50Kg de peso corporal) ou de chá natural (como o poderoso chá-verde), normalmente adicionando um pouco de limão. Recomendam inclusive tomar muito cuidado com os pós para preparo de sucos light e de certas gelatinas, que normalmente contém malto dextrina na sua composição, que atrapalham no procedimento de “pele transparente” (reduzida quantidade de gordura corporal), assim como qualquer outro carboidrato de índice glicêmico elevado (mesmo que considerado ‘complexo’).
Bebidas com álcool:Todos reclamam sobre ter que cortar o álcool e como isso influi em suas vidas sociais como se o consumo do mesmo fosse de suma importância para que os relacionamentos e as interações florescessem... Nessa hora vale até a pena lembrar que o cardiologista da vovó falou que tomar um cálice de vinho por noite é muito bom para a saúde. Venhamos e convenhamos, existem vasodilatadores e fontes de ferro mais seguras... E mais, nunca fiquei sabendo de um relacionamento que florescesse em meio ao álcool que não desabrochasse em um desconserto na manhã seguinte... Logo, devemos parar de procurar argumentos para justificar o consumo rotineiro de álcool. Se o seu objetivo é um físico diferenciado (isso porque o problema do álcool não é o valor calórico, e sim por razões qualitativas), aqui estão rapidamente duas razões para o seu não consumo: a primeira é que o seu fígado é responsável por desmontar as proteínas absorvidas da dieta e montar (segundo semelhança do padrão do seu corpo) em reações, por exemplo, de transaminação, logo, se o seu fígado está ocupado metabolizando álcool (que é tóxico junto com seus metabólicos e precisam ser metabolizados com urgência), você acha que ele vai se ocupar sintetizando as proteínas que você consumiu para dar conta de montar a massa muscular estimulada pelo seu treinamento? A segunda: a única coisa mais potente na liberação de insulina que a frutose (que pode ser achada na dieta normal, excluindo-se os medicamentos, lógico) é o etanol presente no álcool. Então imagine que maravilha este binômio: você pára de sintetizar proteína pelos processos de metabolização hepática do álcool e começa a estocar gordura pelos efeitos metabólicos dele... maravilhoso, não é verdade? Ponha na cabeça, o problema não é a quantidade, mas a qualidade... é como o exemplo de um sujeito desonesto: dê a ele sua carteira, ele rouba 1 real, dê seu cartão e ele rouba o banco inteiro... vai continuar deixando o álcool roubar seus músculos?
Viu? Nem sempre os pequenos detalhes são somente ‘meros detalhes’ quando falamos do corpo humano: o processo de absorver um estímulo e reagir a ele depende tão somente do estímulo (na dose necessária para existir) e não se ele está em uma intensidade exagerada... lembre-se que você precisa de uma necessidade imensa de água para atingir uma quantidade suficiente para que ela haja como um diurético, ao passo que 20mg – uma quantidade que mal se pode ver – de um fármaco pode ativar este processo de uma forma tão intensa capaz de criar distúrbios circulatórios, gastrointestinais, entre outros... fique atento...
Boa sorte e bons treinos!!!
Fernando Marques
Paulo Muzy
José Guilherme da S. Jr.
Fonte de consulta: FLEX MAGAZINE January 2010
Hidden Diet Busters, págs: 250-256
By Zack Zeigler, Hany Rambod, Jim Stoppani
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