Os lipídeos, gorduras ou lipides, são macronutrientes que desempenham funções energéticas, estruturais e hormonais no organismo e constituem aproximadamente 34% da energia na dieta humana. Possuem estrutura semelhante aos carboidratos e proteínas, com uma combinação de moléculas de carbono, oxigênio e hidrogênio, porém a relação entre estes é maior.
Digestão:
Mais de 90% de nossa ingestão de lipídeos é feita sob a forma de triglicérides (compostos de três moléculas de ácidos graxos e uma de glicerol). Depois de ingeridas, as gorduras chegam ao duodeno praticamente inalteradas. No duodeno libera-se a colicistocinina que induz a contração vesicular, resultando na excreção da bile, e promovendo a liberação do suco pancreático, rico em lípases, que convertem os triacilgliceróis em monoacilgliceróis, diacilgliceróis, ácidos graxos e glicerol.
Absorção:
Os produtos da digestão se difundem para o interior das células espiteliais que recobrem a superfície intestinal interna (mucosa intestinal) onde são convertidos em triacilgliceróis e agrupados com o colesterol da dieta e com proteínas específicas, formando agragados lipoprotéicos chamados quilomícrons. As porções protéicas das lipoproteínas são reconhecidas por receptores da membrana celular. Assim movem-se da mucosa intestinal para o sistema linfático, de onde saem para a corrente sanguínea e são transportados para os músculos e tecido adiposo. Nos capilares desses tecidos, a enzima extracelular lípase protéica é ativada pela apoC-II. Essa enzima hidrolisa os triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol que são captados pelas células dos tecidos-alvo. Nos músculos, os ácidos graxos são oxidados para obtenção de energia; no tecido adiposo, eles são reesterificados e armazenados como triacilgliceróis.
Metabolismo:
A mobilização do depósito de triacilgliceróis é obtida por ação da lípase dos adipócitos, uma enzima sujeita a regulação hormonal, que hidrolisa os triacilgliceróis a ácidos graxos e glicerol. O glicerol não pode ser reaproveitado pelos adipócitos, que não tem glicerol quinase, sendo então liberado na circulação. No fígado e outros tecidos, por ação da quinase, é convertido a glicerol 3-fosfato e transformado em diidroxiacetona fosfato, um intermediário da glicólise ou da gliconeogênese. Os ácidos graxos liberados dos adipócitos são transportados pelo sangue ligados a albumina e utilizados pelos tecidos, incluindo fígado e músculos, como fonte de energia; o tecido nervoso e as hemácias são exceções, porque obtêm energia exclusivamente a partir da oxidação da glicose.
Por Oliveira,G. T.
Referências:
-Fisiologia da Nutriçao Humana: Aspectos básicos, Aplicados e Funcionais-J. Tirapegui e R. Carlota;
-Bioquímica Básica - Marzocco & Torres, 2ª edição, editora Guanabara Koogan.
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