Os refrigerantes contêm 25% de açúcar, a cerveja um pouco menos; o tabaco do cigarro é curtido em açúcar, carnes defumadas levam açúcar, pasta de dente, também, e até o açúcar mascavo, aquele que os naturalistas consomem, não está livre do açúcar refinado...
Tudo o que comemos se transforma em glicose, proteína e gordura. A proteína e a gordura vão constituir os tecidos e as células. A glicose é absorvida pelos intestinos e vai pelo sangue até o pâncreas, que libera insulina. O fígado junto aos dois, glicose e insulina, acrescenta mais outras substâncias e produz o glicogênio. Este fica estocado no fígado, principalmente, e nos músculos, para se transformar em energia quando precisamos de combustível. A glicose - o açúcar dos alimentos naturais encontrados em legumes, verduras, frutas, cereais, etc., - não causa males à saúde. O problema está nos alimentos industrializados que contém grandes quantidades desse doce veneno chamado açúcar.
Uma pessoa de classe média consome 150 gramas de açúcar diariamente, mesmo sabendo que ele afeta o pâncreas, o baço, os pulmões, o coração, o estômago, os intestinos, a circulação, o fígado, a pele, os ovários, a vagina, os dentes, os ossos, os olhos, o cérebro e a alma. Além disso, está provado cientificamente que o açúcar causa uma certa apatia, explicada pelo encontro da insulina com um aminoácido chamado triptófano, que é rapidamente convertido no cérebro em serotonina, um tranqüilizante natural. Por isso, sempre que um pessoa está nervosa, nós oferecemos a ela "um copo de água com açúcar que passa".
Alguns séculos antes de Cristo, os médicos hindus usavam o açúcar como remédio, provavelmente para conduzir mais rapidamente no organismo as substâncias medicinais às quais era adicionado, mas o processo de refino, naquela época, era artesanal. Foram os persas, perto do ano 600 D.C., que fabricaram o primeiro composto da rapadura que podia ser transportado. Então, os europeus conheceram o sabor açucarado desse produto industrializado e, os portugueses, com suas grandes navegações para o Oriente, começaram a ficar ricos. Quando descobriram o Brasil, Martim Afonso de Souza instalou em São Vicente o primeiro engenho de açúcar - movido a escravos - no país.
Naquela época, nosso maior freguês era a Inglaterra. Em 1665, chegou a importar mais de 8 mil toneladas do produto. Coincidência ou não, nesse mesmo ano cerca de 30 mil pessoas morreram, em Londres, vitimadas pela peste bubônica, apresentando inchações nas axilas e virilhas. A relação entre a nova doença e o espantoso consumo de açúcar, que, sabe-se, predispõe o organismo a infecções, fora descartada pelas autoridades médicas, conforme as instruções - e pressões - da corte britânica, já que os nobres iniciavam altos investimentos em indústrias açucareiras nas suas colônias. O mais interessante é que registros revelam que não houve mortes entre os pobres - esses não tinham dinheiro para comprar açúcar, produto consumido apenas entre os mais ricos.
Em 1912, o Dr. Robert Boesler, dentista norte-americano, escrevera que "a moderna fabricação do açúcar nos trouxe doenças inteiramente novas", entre elas o diabetes mellitus, a terceira doença que mais mata, depois do câncer e dos problemas cardíacos. Além disso, será diabética uma em cada cinco crianças que nascem e, entre jovens e adultos, três em cada cinco têm hipoglicemia - estágio pré-diabético em que o pâncreas produz insulina demais em resposta ao açúcar ingerido.
A ingestão de açúcar é que causa excesso de glicose. Esse é devolvido à corrente sangüínea em forma de ácidos gordurosos que logo se acumulam nas coxas, nádegas e ventre, e depois começam a envolver os rins e coração numa grossa camada de muco e gordura que chega a penetrar no tecido do órgão, deixando-os enfraquecidos.
Paralelamente, no sistema nervoso, o ramo parassimpático entra em parafuso e começa a contrair o que devia estar relaxado, relaxando o que era para contrair. Daí, surge a sonolência, responsável por inexplicáveis baixas na produtividade de trabalhadores e de estudantes, e estreitamente relacionada com muitos acidentes de trânsito.
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